sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aos 80 sem aposentadoria.

Seis décadas de voz impostada, interpretações memoráveis e canções marcantes. É assim que Cauby Peixoto volta a Natal para única apresentação nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro Riachuelo. Há mais de 10 anos sem pisar na capital potiguar, o cantor solta o gogó para celebrar seus 60 anos de carreira ao lado de trio com formação tradicional de piano, baixo e bateria. A cantora potiguar Camila Masiso abre a noite com o show "Boas Novas", título de seu primeiro CD.Cauby faz parte da geração dos grandes cantores da Era do Rádio, e  comemorou em fevereiro deste ano seus 60 anos de palco como um dos grandes intérpretes da MPB.  Seu timbre de voz grave e aveludado conduzirá novamente canções como "Bastidores", "É tão sublime o meu amor", "A volta do boêmio", "A deusa da minha rua", "Fotos", "Loucura", "Molambo" e a imortalizada "Conceição" - composição de Jair Amorim e Dunga, marca registrada sempre guardada como trunfo para o encerramento de seus shows.

Natural de Niterói (RJ), Peixoto nasceu em uma família de músicos e começou a cantar no rádio em 1949. Seu primeiro LP foi lançado em 1955, e em 57 grava o primeiro rock cantado em português - "Rock'n roll em Copacabana". Do estúdio para os palcos famosos da época, onde se estabeleceu como um crooner de respeito, foi um pulo. Consagrado como intérprete, o artista chega aos 80 anos de idade com fôlego renovado ao lançar simultaneamente três discos: um intimista gravado no formato voz e violão, outro com repertório internacional e o terceiro com música dos Beatles. Com esse box especial, Cauby Peixoto ultrapassa a marca dos 135 álbuns gravados ao longo da carreira, uma média de mais de dois discos por ano.

Atualmente o cantor mora em São Paulo, e diz que prefere não ter telefone em casa nem celular para não incomodar, por isso conversou com a TRIBUNA DO NORTE no escritório de sua empresária na capital paulista:

Cauby, há cerca de uma década você não vem a Natal, mas comentou que frequentou bastante a cidade na década de sessenta...

Bons tempos, bons não, ótimos tempos. Tenho muita saudade de Natal, nutro um grande carinho pela cidade. Passava temporadas por aí na época das serenatas. Não lembro os nomes dos amigos, mas eram noite maravilhosas.

Como será o show de hoje aqui em Natal?

Esse show está testado em outros lugares, então a expectativa é repetir o êxito conquistado. Interpreto músicas que ainda não gravei, e relembro grandes sucessos como "Rouxinol", "Ninguém é de ninguém", "Tarde fria", "A pérola e o rubi, algumas do Sinatra. Irei apresentar um show bem variado.

Algumas pessoas te veem como uma pessoa espalhafatosa, de gestos exagerados. Você é assim na vida pessoal?

Que nada, sou bem discreto. Ali no palco sou o artista, que usa brilho por causa dos fãs. Fora dele, sou uma pessoa discreta. Essas afirmações são de pessoas que não me conhecem direito, que se impressionam fácil e acreditam em todo o que dizem.

Algum nome da nova geração que tem uma voz admirável?

Gosto do Jorge Vercillo.

Você construiu sua carreira em uma época dominada por grandes vozes como Sílvio Caldas e Carlos Galhardo, sente falta de grandes cantores na atualidade?

É verdade, a voz era muito valorizada nos tempos do rádio. O que está faltando é romantismo, um cantor mostra toda sua potência vocal na música romântica - os jovens gostam disso (de romantismo). Os cantores precisam aparecer mais, dar um passo à frente.

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