sábado, 25 de junho de 2011

Buracos nas ruas deixam moradores sem transporte

Intransitável. É a melhor classificação para o estado das ruas do residencial Cidade Jardim, um dos conjuntos da Coophab, em Parnamirim. As inúmeras crateras parecem se multiplicar à medida que se vai adentrando ao conjunto. O problema nas vias é tamanho que em uma delas, a Rua Percílio Alves, os moradores passaram a se referir ao endereço como "Buracolândia". E não são somente os carros que tem dificuldade de transitar; motos, bicicletas e mesmo pedestres precisam  desviar dos muitos buracos para chegar ao destino. Em geral, o meio-fio e as calçadas se transformam em rotas de fuga.O problema, que se prolonga por anos e se agrava a cada chuva, chegou ao ponto de deixar moradores sem sistema de transporte urbano. A linha Circular de ônibus deixou de operar pela rua e a linha 3, da rede de alternativos, precisou mudar a rota devido a inacessibilidade do local. "Não temos mais ônibus passando na porta porque não tem condições de fluxo aqui. Um descaso generalizado", diz o  comerciante Claudomiro Silveira Braga. A "Buracolândia" dá acesso ao Posto de Saúde do Conjunto.

O conjunto habitacional criado há cerca de dez anos, permanece com boa parte das cerca de 50 ruas sem pavimentação. O resultado da falta de manutenção é lama, buracos, sujeira e muita dor de cabeça para quem mora ou trabalha no local. Na tarde de ontem os moradores se muniam de pás e carros de mão para tentar dar curso a lama empoçada nas crateras.

"A gente paga IPTU, esse ano foram R$ 144,00. Para quê? Para ficar nesse jogo de empurra-empurra, enquanto a gente tem que que escavar valas e tapar buracos?", questiona o supervisor de segurança Gilson Pereira de Lima, 34 anos, que há quatro anos mora na Percílio Alves. Gilson reclama ainda de gastos com o veículo. "Já tive que refazer a suspensão esse ano de novo", acrescenta.

O "jogo de empurra" a que o morador se refere é a justificativa usada pela Cooperativa e a Prefeitura de Parnamirim para não realizar com frequência operações tapa-buracos e mesmo a pavimentação do local, alegando por cada orgão ser de responsabilidade do outro. "É o mesmo discurso desde que vim morar aqui. A Prefeitura diz que a Cooperativa não entregou ainda o conjunto. E a Coophab diz que essas obras devem ser feitas pelo Município", explica outro morador Claudio Orestes.

Em um trecho de cerca de 200 metros da avenida Eliza Branco Pereira dos Santos (próximo a rotatória na rodovia que dá acesso a Avenida Maria Lacerda Montenegro) é possível contar sem esforço 14 buracos de grande porte. Com o desgaste do que resta da camada de asfalto, alguns se alargam e se fundem formando imensas crateras que tomam de um canto a outro da via.

Enquanto construtora e Município não resolvem o impasse, são moradores, como a cabeleireira Claudineide Melquíades, que precisa gastar além do IPTU para garantir vias mais planas. "A gente paga R$ 20,00 para colocarem metralha. Mas basta chover um pouco mais para ir embora tudo. Precisamos de obras calçamento".

Na avenida Milton Dias, as obras para pavimentação foram iniciadas pela Secretaria municipal de obras daquela cidade. Com as chuvas, o aterramento vira um lamaçal.

O diretor comercial da Coophab Iran Marcolino explicou que a Coophab ser de competência da Cooperativa, de acordo com audiência com a Secretaria de Obras de Parnamirim, a recuperação e pavimentação de todas as ruas internas do Conjunto, com acesso à entrada das casas. As demais chamadas "ruas cegas", com  acesso aos fundos dos imóveis, não receberão o benefício. "Aguardamos a finalização das obras, como também a captação de cerca de R$ 1,5 milhão oriundo de dívidas dos mutuários para refazer as vias", disse. A Coophab, segundo o diretor, espera concluir as 25 casas restantes para entregar o conjunto habitacional, em 16 meses, além de pavimentar quatro ruas até o final do ano.

Por telefone, o secretário de obras de Parnamirim Naur Ferreira, confirmou a pactuação, disse ter  iniciado a pavimentação na parte que lhe cabe: o anel viário, composto pelas avenidas e Milton Dias e Eliza Branco Pereira dos santos. Na primeira, as obras devem ser concluídas em 60 dias. O processo de licitação para a outa, ocorrerá em até 45 dias.

Nenhum comentário: