domingo, 24 de abril de 2011

Piloto de 10 anos tem uma gestão profissional.

Victor Uchôa tem um planejamento de carreira bastante estratégico e, por isso, consegue sucesso internacional mesmo com a pouca idade Planejamento financeiro e esportivo, projetos de marketing, assessoria de imprensa, departamento jurídico, representante na Europa, programa de televisão, etc. É essa realidade profissional que já atingiu a carreira do piloto potiguar Victor Uchôa, de 10 anos.

O piloto já é campeão brasileiro, campeão do GP Brasil de Kart, vice-campeão Sul-Americano e vice-campeão do Mundial Easykart Birel final “d”. E, todo esse destaque que Victor conseguiu não é à toa, tudo isso é fruto do planejamento do seu pai e empresário Gláucio Uchôa.Victor começou a correr aos seis anos de idade e, desde então, o seu empresário Gláucio planejou a carreira dele, buscando uma estratégia para ele chegar à elite do automobilismo.

“Nada na carreira dele foi à toa. Temos um objetivo claro e precisamos traçar isso desde o início. O caminho do sucesso no esporte é a gestão profissional, principalmente em um esporte de alto custo como a Fórmula 1”, disse Gláucio Uchôa.

Pouca gente no próprio automobilismo apostou que Victor pudesse chegar a um nível tão alto rapidamente. Vários são os itens que fizeram os críticos não acreditarem no piloto. Muita gente deixou de acreditar em Uchôa pelo fato dele ter nascido no Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte, centro sem qualquer tradição no automobilismo, e sem o poder de investimento dos seus concorrentes, que, muitas vezes, são de famílias multimilionárias do Brasil.

“Quando Victor Uchôa entrou no cenário nacional, pouca gente acreditou que ele pudesse incomodar. São raros os casos de nordestinos que vão mais além no automobilismo. E o poder de investimento também nem se compara. Enquanto tivemos dificuldades para buscar recursos para competir, a gente olha para o Box do lado e está o familiar de um ex-piloto da Fórmula 1, ou filhos de políticos e de empresas multinacionais”, disse Gláucio Uchôa.

Apesar disso, o ano de 2010 foi comandado por Victor na categoria mirim, como o título do Campeonato Brasileiro, do GP Brasil e do vice-campeonato do Mundial Easykart Birel final “d”, que é a equivalente a sua idade.

Projeto

A falta de um grande poder de investimento de sua família foi substituído por uma gestão profissional, fruto dos conhecimentos em administração do economista Gláucio Uchôa. Com um projeto de marketing esportivo sustentável e um planejamento de carreira, o empresário atraiu os patrocínios das marcas Unimed Natal, Faculdade dos Guararapes, Hotel Sombra e Água Fresca, Ster Bom, Livraria Câmara Cascudo, Escola Lápis de Cor e Banco do Nordeste. Por isso, ele conseguiu disputar nove provas no continente europeu em 2010 e alcançou excelentes resultados.

“O nome Victor Uchôa é uma marca forte, que representa vitória, saúde e garra. Essa marca representa também a uma imagem delicada da criança, que reforça a ligação dessas empresas com o público infantil. Quem entende isso sai na frente do mercado e, por isso, muitas marcas ficam interessadas em patrocinar o piloto”, disse Gláucio.

Apesar desse apoio, a verba não é suficiente para competir em todas as etapas do Circuito Mundial WSK Master Series, que requer investimentos altíssimos. Ainda assim, a equipe do piloto conseguiu o caminho para viabilizar essa verba, quando mobilizou o ministro dos esportes Orlando Silva para incluir o piloto na Lei de Incentivo ao Esporte. Só que a Federação Potiguar de Automobilismo não assinou o documento de aprovação, alegando não poder beneficiar apenas um piloto. Assim, restou a busca pelo incentivo do poder público, que ainda não se mostrou disponível a apoiar Victor Uchôa.

“Nesse ponto nós somos obrigados a concordar com nossos concorrentes, não pelo Rio Grande do Norte ser incapaz de revelar um grande nome no esporte, isso nós já provamos que somos capazes. Mas o estado não valoriza os seus atletas e isso nós já começamos em desvantagem. Nunca o estado fez uma grande aposta em um atleta local. Para chegar longe, os principais atletas tiveram que romper com os laços do Rio Grande do Norte. Vejamos, por exemplo, o caso do Oscar Schimidt. Nacionalmente, pouca gente sabe que ele é potiguar. Infelizmente, esse pode ser o caminho de Victor Uchôa. Começamos a pensar na possibilidade dele buscar investimentos em outros locais, para que ele chegue na elite. Temos um atleta na principal competição do kart mundial e somos tratados com certo desprezo por alguns”, lamentou Gláucio Uchôa.

Com isso, o piloto só vai competir em três etapas na Europa, quando inicialmente estava previsto participar de 13 provas. A próxima corrida que Victor Uchôa vai competir será na Itália entre os dias 12 e 15 de maio.

A vida dividida de pai de piloto e empresário

O mesmo Gláucio que é empresário de Victor Uchôa, também é pai do piloto. Enquanto a equipe do kartista trabalha com um profissionalismo extremo, o paizão toma todos os cuidados possíveis para Victor não sinta tanta responsabilidade ao entrar nas pistas.

“Os resultados acontecem porque ele encara tudo com muita naturalidade. Victor é tão fascinado por automobilismo, como eu era na minha infância. Ele acompanha tudo que acontece na Fórmula 1 e adora jogar os games de automobilismo no videogame”, disse Gláucio.

Mas para ter a certeza de que a infância de Victor não será atrapalhada, o piloto buscou o profissionalismo até mesmo nesse ponto. O empresário contratou uma psicóloga, para que ela mostre tudo o que deve ser feito para que o garoto fuja desse mundo profissional e tenha uma infância normal.

“Os resultados na pista tem que acontecer naturalmente. Victor ainda é uma criança, por isso, não podemos colocar uma responsabilidade grande em suas costas. Temos um acompanhamento psicológico para que o kart, as entrevistas e as viagens sejam sempre uma grande diversão para ele. O profissionalismo vai ser apresentado para ele passo a passo”, ressaltou Gláucio Uchôa.

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